quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O pequeno príncipe e a raposa.

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaste ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.



Livro preferido, capítulo preferido.
E, ah! A raposa...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

I am...

I'm an angel
I'm a devil
I am sometimes in between
I'm as bad as it can get
And good as it can be
Sometimes I'm in million colors
Sometimes I'm black and white
I am all extremes
Try to figure me out
You never can
There's so many things I am

I am special
I am beautiful
I am wonderful
And powerful
Unstoppable
Sometimes I'm miserable
Sometimes I'm pitiful
But that's so typical
Of all the things I am

I'm someone filled with self-belief
I'm hard to find self-doubt
I've got all the answers
I've got nothing figured out
I like to be by myself
I hate to be alone
I'm up and I am down
But that's part of the thrill
Part of the plan
Part of all of the things I am

I'm a million contradictions
Sometimes I make no sense
Sometimes I'm perfect
Sometimes I'm a mess
Sometimes I'm not sure who I am.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Uma vida sem saudade.

' Se o chão se abrir e você sentir que já não tem mais forças, confie e acredite, sempre um pouco mais. Se existe o caos e a dor, também existe a fé e a esperança em algo maior, algo melhor. Não é felicidade, amor, carinho e sim viver e aceitar que pra cada dia ou pensamento que ferir seu coração, vai existir a recompensa por tudo o que você passou e pra cada sonho que perdeu, encontrará um novo sonho inteiro ao seu dispor.
Nunca se preocupe demais e nem pense em voltar atrás. Siga as instruções de uma vida sem saudade, assim é melhor. '

É. :)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Soneto de separação, Vinicius de Moraes.

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



O Gabriel me mostrou esse soneto. Lindo, não? :)
Vejam o vídeo com a atriz Camila Morgado interpretando ele: http://br.youtube.com/watch?v=nHsp3mqOUHE
Achei muito bonito.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Eu quero...

' Eu quero ir embora, eu quero um amor que me carregue para longe daqui, que me leve, me leve, me leve embora, me ame com força e desespero, machuque minha boca no primeiro beijo porque queria muito, que tatue meu nome no braço mesmo sabendo que não é para sempre. Vamos fugir, vamos sumir, ser estranhos longe de todo mundo.
Eu quero um amor que me puxe com força e não me dê opção senão me deixar levar, eu quero ir, eu quero ir, eu quero ir embora daqui. Eu quero um amor que me perca, me ache, me deixe tonto e confuso, eu quero, eu quero um amor que me leve, que perca, me ache, que me ganhe de cara.
Que me guie, me guarde, me governe, me ilumine, me incendeie, me cause insônia e raiva e ciúme e lágrimas e febre e riso. Eu quero um amor que me canse, me canse, não canse nunca e me canse e se canse.
Eu quero um amor de verdade, puro, limpo, imaculado, sagrado, que vá até o fundo, até onde ninguém foi. Eu quero um amor que me olhe nos olhos, não tenha medo de se jogar no abismo, de se jogar em mim, disposto a arder no inferno por nós.
Que esteja lá não importando para onde eu queira ir. Eu quero um amor de janta e café da manhã, que não prometa nada, que não dê nada além do que for tão verdadeiro que me deixe doente, louco, rouco, suado, cansado, que arranque minha paz junto com meu coração.
Eu quero um amor que me leve até o fim... '

Eu quero...
Mas eu desisto de querer, desisto de ter isso, desisto de tal sentimento, desisto.
Porque, como diria a Winehouse, "love is a losing game".
E eu tô cansado de perder... tô cansado de perder, mesmo jogando sozinho.
E é por isso que eu desisto.
GAME OVER!

~ try to forget love, cause love's forgotten me.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Palavras ao vento~

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento
Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento...



~ e o vento vai levando tudo embora...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Músicas, músicas e mais músicas!

"Nada vai ser igual
Como a gente quer
O impossível vai ser
Sempre a minha opção
Minha melhor invenção
É acreditar que você vai estar pra sempre aqui
Mesmo que eu saiba que não."

Tem épocas da sua vida que parece que muitas das músicas que você ouve foram escritas pra descrever determinada situação que você está vivendo. E eu estou em uma época assim e certas músicas fazem tanto sentido pra mim. É engraçado isso. Frases, estrofes ou uma letra de música completa... descrevem exatamente o que eu quero dizer, exatamente o que eu sinto e penso. E aí eu venho e posto aqui, ou no fotolog, ou coloco no meu nick ou subnick no msn... enfim, me expresso através delas.
E vou continuar me expressando assim... eu gosto, haha!
Aliás, essa estrofe que eu postei é da música minha melhor invenção, do Hateen.

Ah! Post meio inútil... como todos os outros, hehe. :*

domingo, 5 de outubro de 2008

Daqui pra frente...

Estou aqui pra dizer que eu jamais
Imaginei te ver sofrendo assim
Te ver chorar vai me fazer sofrer ainda mais
Estou aqui pra dizer que eu jamais
Quis te ver assim
E escrever aqui
Tudo o que senti

Mas espero que daqui pra frente
Tudo se renove pra nós dois
Nossas vidas são tão diferentes
Viva agora tudo o que sonhou
Muita coisa ainda está por vir
Muita coisa ainda vai mudar
Eu espero que daqui pra frente...

Estou aqui pra dizer: seu coração
Vai te mostrar exatamente pra onde ir
Que temos muito o que viver
Enganar o tempo não dá mais
Estou aqui pra dizer que eu jamais
Quis te ver assim
E escrever aqui
Tudo o que senti

Mas espero que daqui pra frente
Tudo se renove pra nós dois
Nossas vidas são tão diferentes
Viva agora tudo o que sonhou
Muita coisa ainda está por vir
Muita coisa ainda vai mudar
Eu espero que daqui pra frente...

Eu sigo meu caminho
E você siga o seu
E acho que isso é mais forte que eu
Tive minha chance
E não sobrou mais nada
Que possa fazer você ficar

Mas espero que daqui pra frente
Tudo se renove pra nós dois
Nossas vidas são tão diferentes
Viva agora tudo o que sonhou
Muita coisa ainda está por vir
Muita coisa ainda vai mudar
Esse é meu preço pra deixar você ir...

sábado, 4 de outubro de 2008

O teu olhar...

... no meu olhar estremece e faz efeito!

Só queria que você soubesse que tudo aquilo que aprendeu comigo, não vai ser fácil de encontrar nos livros e em outros corpos sem direção.
E não vai achar em nenhum lugar encaixe tão complexo assim.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Imperecível.

Com você eu fico frágil pra enxergar
Nos seus olhos a minha incerteza

Por isso eu resolvi encerrar o nosso prazo
O nosso prazo
Pra ver você sorrindo sem ter que invadir o seu espaço
O seu espaço

Entre você e eu ficou quase tudo intocado
Mesmo que a nossa casa caia de repente você vai continuar aqui intacto
Na minha vida, na minha cabeça confusa
A sua vida imprevisível deixou a nossa validade invisível

E o meu amor imperecível

Com você a vida é sempre tão estranha
Eu te apavoro mas não posso te enfrentar

Por isso eu resolvi desfazer o nosso laço
O nosso laço
Pra não deixar o tempo destruir nosso frasco lacrado

Entre você e eu ficou quase tudo intocado
Mesmo que a nossa casa caia de repente você vai continuar aqui intacto
Na minha vida, na minha cabeça confusa
A sua vida imprevisível deixou a nossa validade invisível

E o meu amor imperecível.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Estranho jeito de amar.

Quanta bobagem
Tudo o que se falou
Me olho no espelho
E já nem sei mais quem sou
Quanto talento
Pra discutir em vão
Será tão frágil nossa ligação?
Não tem que ser assim
Tanto desencontro, mágoa e dor
Pra que que a gente tem que se arriscar?
Então volta pra mim
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar
Falsas promessas
Erros tão banais
Mas ninguém cede
Nem pensa em voltar atrás
Esquece esse jogo
Não há vencedor
O mesmo roteiro de sempre cansou
Vou te amando
E me frustrando
E sobrevivendo
Por um fio
Mas tô aqui
Sem desistir
Volta pra mim.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Loveless.

' mesmo que você me abrace até que isso se torne sufocante, nós jamais nos tornaremos um só. num lugar mais profundo que a gentileza, nos tocarmos é apenas dor. por favor, nos amarre um ao outro. nós não sonharemos mais, unir as mãos no incerto, caminho em direção ao cruel amanhecer. as verdadeiras palavras estão certamente em algum lugar do mundo real, se escondendo em nossa noite sem palavras. mesmo agora, encontrarmos um ao outro é pedir para conhecermos a solidão, nós não saberemos até trocarmos um beijo. mesmo assim, estou tremendo de alegria por ter encontrado você. por favor, apóie o meu coração. nós não sonharemos mais, nós não podemos correr para um lugar quente. nós iremos certamente superar ao cruel amanhecer. a quietude abandonada, nós certamente encontraremos as verdadeiras palavras na permissão de amavelmente machucarmos um ao outro. algum dia com certeza... mesmo que você me abrace até que isso se torne sufocante, nós jamais nos tornaremos um só. frias estrelas de antes do amanhecer, por favor, iluminem o caminho que é apenas nosso. '